segunda-feira, 6 de julho de 2009

Mediterrâneo

Num dia seco e triste de verão, sob o céu ibérico, declarei meu amor a Luna.
Abominava o sol vulcânico castelhano e me refrescava em seus olhos marinhos.
Ela me retribuiu com um afeto silencioso. Me esperava todo dia na porta, e me fazia companhia em cada tortuosa tortilla. Se contorcia em minhas pernas enquanto tremia na garganta o gazpacho.
Alguns minutos antes da hora de me deitar, ela esquentava minha cama e dormia aos meus pés.
E, curiosamente, Luna é meu amor mais sincero: ela me tem aos seus pés.

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