quarta-feira, 17 de junho de 2009

Elegia do amante


Posto agora um texto do antigo blog thewaitisagift

Encanto: o que fazer quando vira paixão?
A verdade é que sempre anseio um novo amor.
 Sem isso, a vida mostra sua verdadeira face: a dor de assistir sua própria destruição.
Mas o amor pode ser uma ilusão de amor.
Um branco devaneio de papoula; te dá o prazer do sexo, o conforto do carinho e uma breve esperança.
Assim, se sonha acordado até o momento em que os pulmões se livram da fumaça floral.
De repente, o despertar é como um parto.
Numa agonia maiêutica o corpo desfalece, e a alma perde todo brilho.
Mas viver é penar...é enganar-se e, como um depressivo tratado com Prozac, colocamos óculos cor-de-rosa para recompor a moral.
E lá vou eu, em busca de novas paixões. Não apenas humanas: essas podem destronar-me.  Já as intelectuais me elevam ao trono do nirvana.
Somente a arte é fiel e me completa. Somente Afrodite me consola num Olimpo decadente.
Ah, minha mãe, como ainda sou pequeno e dependente de ti.
Não alço voo por você e por vertigem.
Preso à terra, jaz um amante.