terça-feira, 9 de novembro de 2010

As mulheres de minha vida (Parte 2)

Ela não foi a segunda ou a terceira, mas foi única. Um ser lunar que carrega em si toda beleza do mundo. Sua doçura envolve qualquer um que a vislumbre. Têm sabor frutado seus lábios e cada vez que sorri, se abre um oceano de carinho.
Peco por tê-la abandonado. Nunca deveria tê-la deixado. A saudade que sinto dessa mulher é uma agulha na artéria. E jorra o sangue de suas melenas.
Extraordinariamente preciosa, ela é uma joia que guardo entre meus mais queridos pertences. Ela é eterna em minha memória. Para sempre ela.

As mulheres de minha vida (Parte 1)

Ela foi a primeira mulher de minha vida. Foi o berço do meu ser. Foi aquela que, mesmo contra minha vontade, me deu o néctar da vida. Seu nome é coragem e me orgulho de dizer que em minhas veias corre seu nome. Ela me dá impulso para continuar a perscrutar os mistérios da vida. Vida essa em que ainda sou sonâmbulo. Mas guiarei a vitória entre as sombras com sua luz. Minha bela caligari.

sábado, 1 de maio de 2010

Laço

Porque mais uma vez em Delos estou?
Porque foste outra vez mais até a península?
Acaso o trono da sereia altiva é mais doce que meu jardim da Leoa?
Embalado pelo sofrimento em troca de prazer
Embotado pelas correntes, o lobo é mudo em seu penhasco

Porque segues me atando, Moira?
É a queda da tua alba
O Olimpo relumbra
E Dionísio sorri
Este filho de Afrodite é pena de recurso
Lastima-se em borbulhas
Afogando seu reino
Não lhe é concedida a troca
Mas o laço que lastima enquanto beija.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Delos, ou "quarta-feira, 21 de abril de 2010"

Faz muito tempo que não posto nada neste blog sem leitor. Tinha esquecido como é bom vomitar as palavras. Muito aconteceu desde a última postagem... Eros me feriu de maneira  peculiar.

Atravesso um mar.
Apesar de tênue lar, há uma tempestade de toda sorte de humor.
Ela me afoga em breves prazeres e lentas borbulhas.
Numa ilha estou outra vez mais.
No continente da janela, avisto as luzes e melodias.
Bailam a torrente, a leoa e a Augusta.
Garganta fraca e peito rouco.

O jantar é parco.
Olhos uivantes e anseio nadar.
Da península, a sereia altiva de alvas melenas me acena.
"Vem! Vem te perder em mim!"
Chega a bruma à minha ilha e perco de vista o continente. Acendo uma fogueira para Delos.
"Corte minha linha, Moira! Pinte-me uma ponte hokusai!"
Em vão. A brasa apaga e a fumaça escreve no céu: "Estás onde escolheste, aviste teu próprio mar."
Desisto da viagem e Morfeu vem me beijar.

"Its happening now and it’s always been like this" - Always Like This, Bombay Bicycle Club.