domingo, 5 de outubro de 2008

torta de plástico

Nas cascatas de cascalhos desterrados te relembro.
Na navalha novena de outubro suplico tua presença e Osíris me transporta até meu ancestral paraíso. Abrandado pela esmeralda, pouso sobre o círculo de primaveras hostis. Ursos e morangos, lembra? A Mnemósine é uma velha carrancuda que encouraça até o coração do mais puro chá. Sopra então de nótus a aurora. O paraíso só me estendia quando visualizava tuas melenas flúvicas, te moldava nos ramos de jasmim e respirava a arruda.
Chega de bucolicidades! Eros refez nossos granitos até o palácio carcomido remendado com tintas matriarcais. Cristalizado, assistia dançarinas de brasa morta. A performance aproximava do cinza mas logo do seio jorravam tempestades de polímeros e os temperava com gemas e afagos, colorindo tuas coroas.
Troveja uma chama familiar. Um guerreiro reacende nossas brasas. Seus triângulos me confundem e suas arestas raspam meus nylons. Com o levante voamos até os riachos italianos e alí recolhi mais pétalas ladrilhadas para minha caixinha. Dos laços explodiram sóis, gorjeios e outras centelhas de sabores. Uma delas estava guardada desde longas viagens. Uma lasca rubra. Com as novas madalenas de lã contruí um leque de grous e outras platonicidades.

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