sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Passeio

Caminhando pela insana rua das árvores, avistou uma coruja.
Era bela e familiar. Não enigmática, como costumam ser as corujas. 
Ela piou. Ele repetiu o som. Tudo era muito familiar. 
Claro, estava em casa. A noite era seu lar e a coruja o compreendia. 
Sabia que ela podia entendê-lo. 
Ela ameaçou voo e ele teve medo de perdê-la de vista.
Piou outra vez. Mais uma vez ele arriscou o cantar rapino. 
Seguramente ela o entendia, pois piou de volta. E voou. Ele a acompanhou com o olhar e avistou a lua. 
Nela havia um rosto. No rosto, um coelho. 
Ma ele sentia uma joia: como se pudesse pegar uma flor. 
E aflorou-lhe uma nostalgia... 
Dos tempos em que ele pertencia à aurora e a magia durava até a alba. 
Na verdade, ainda tudo lhe parecia mágico, mas não se dava conta até agora. 
A lua lhe relumbrava.

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