Caminhando pela insana rua das árvores, avistou uma coruja.
Era bela e familiar. Não enigmática, como costumam ser as corujas.
Ela piou. Ele repetiu o som. Tudo era muito familiar.
Claro, estava em casa. A noite era seu lar e a coruja o compreendia.
Sabia que ela podia entendê-lo.
Ela ameaçou voo e ele teve medo de perdê-la de vista.
Piou outra vez. Mais uma vez ele arriscou o cantar rapino.
Seguramente ela o entendia, pois piou de volta. E voou. Ele a acompanhou com o olhar e avistou a lua.
Nela havia um rosto. No rosto, um coelho.
Ma ele sentia uma joia: como se pudesse pegar uma flor.
E aflorou-lhe uma nostalgia...
Dos tempos em que ele pertencia à aurora e a magia durava até a alba.
Na verdade, ainda tudo lhe parecia mágico, mas não se dava conta até agora.
A lua lhe relumbrava.